ORIGEM : GRAVATAL – SC / BRASIL
HB - Gostaria que contasse a história da banda, como ela foi formada e da onde surgiu o nome da banda?
PNnC- Bom, nós nos conhecemos há muito tempo, desde moleques mesmo. O Júlio, Henrique e Vinícius, mais uns amigos, tocavam juntos em uma banda cover de rock brasileiro quando tinham aproximadamente 12 ou 13 anos, rolava muito Planet Hemp, O Rappa, Pavilhão 9 e por aí vai... Depois disso eles tiveram outras bandas, separados. Mais tarde fiz parte de uma banda chamada Dead Inside que tocava cover de bandas de New Metal, principalmente Deftones, e acabamos chamando o Henrique pra tocar conosco. Assim nos aproximamos mais e, como já nos conhecíamos há bastante tempo fomos trocando idéia, inclusive eu freqüentava alguns ensaios das bandas que eles tiveram e sempre tive vontade de tirar um som com os três. Escutávamos o mesmo tipo de som, tínhamos o mesmo gosto musical e isso foi o suficiente pra decidirmos formar um projeto para cantar em português e fazer um som do jeito que gostamos. Em 2007 nasceu a Null Point In The Sky, que logo passou a se chamar Ponto Nulo No Céu, pois achamos incoerente passar uma mensagem em português e ter o nome em inglês, além do mais, queremos valorizar nossas raízes. O André tinha uma banda de Hardcore chamara Vegas, conhecemos o material dos caras, achamos interessante, principalmente a seriedade que eles levavam a banda. Com o término da Vegas, em 2010, convidamos o André a se juntar a família, devido ao talento e potencial que percebemos nele, que depois só veio a se confirmar. Quanto ao nome, Ponto Nulo No Céu sugere algo intangível, um lugar que só existe na mente de cada um de nós. O Ponto Nulo No Céu é o mundo perfeito de cada um, aquela utopia que desejamos que um dia se torne nossa realidade, com devida harmonia e respeito entre os seres desse planeta.
HB - Quais bandas influenciam no som do PNnC?
PNnC - Sempre fomos bem abertos se tratando de música. Temos as mais variadas vertentes de inspiração. Tanto que fica meio difícil definir influências no meio de toda essa mistura homogenia. Posso citar por integrante algumas coisas: Eu (Dijjy) tenho influência de vários artistas que fazem Black Music, e também posso citar Glassjaw, Deftones, Pavilhão 9, Racionais MC’s, Sepultura, P.O.D. André tem como principais influências Protest The Hero e Roupa Nova. Henrique escuta muito Mudvayne, Primus, Jamiroquai, RHCP, etc. Julio começou a tocar inspirado pelo System Of A Down e também tem influência de Sevendust e 36 Crazyfists. Vinícius, Nonpoint, Nação Zumbi, The Butterfly Effect, Karnivool, Limp Bizkit. De algum modo, tudo que gostamos, se tratando de arte, nos influencia
HB- A banda já fez algum show fora do país ou já tem algo agendado?
PNnC- Ainda não surgiu nada pra fora do país. Esperamos um dia poder representar o Brasil lá fora, assim como outras bandas, as quais respeitamos muito, já fizeram.
HB - No Brasil existem muitas bandas de alta qualidade, o que vocês acham que falta pra essas bandas derem certo fora do país?
PNnC - Vejo alguns motivos pra isso. Acho que falta seriedade em muitas dessas bandas pra tentar fazer tudo da maneira mais correta e profissional. Mesmo assim o principal motivo é a falta de espaço e estrutura que encontramos no Brasil. Se tratando de Rock é tudo muito precário. Alguns produtores não valorizam os artistas, só querem obter vantagem em cima do pessoal que rala pra tocar. É o maior absurdo uma banda brasileira ter que pagar pra abrir pra gringo tocar aqui, inadmissível. Boicotamos esse tipo de coisa, pois é a total desvalorização do trabalho de um artista. Acho muito mais digno conquistar na raça sem “ajuda” desse tipo de gente. A parte boa é que ainda existem pessoas que visam ajudar as bandas e que dão a cara a tapa pra organizar eventos com o suporte ideal, tanto para o público quanto para o artista. Temos eventos muito bons que acontecem dessa forma, estão aí o Fúria Underground, Crazy Festival, Extreme New Metal Fest, dentre outros pra provar que é possível.
HB - A banda já ta sendo bem reconhecida fora do Brasil?
PNnC - Tem bastante gente lá fora que conhece a banda, sempre recebemos recados de gente de vários países, principalmente de nossos irmãos latinos. Ficamos muito felizes com esse reconhecimento.
HB - Como vocês vêem o preconceito que os estilos populares tem com o rock, metal, etc, e em contra partida, muitas bandas como Raimundos, Nação Zumbi, Chipset Zero, Sepultura fazer o contrário, colocar na música pesada ritmos regionais brasileiros?
PNnC - Qualquer tipo de preconceito é injusto. Seria muito melhor pra todos que se respeitassem, ao invés de gastar tempo discutindo sobre quem é melhor. A musica brasileira é muito rica, acho genial misturar elementos tupiniquins, ou mesmo regionais, no rock/metal, desde que fique coeso.
HB - A banda utiliza Orkut, Twitter, Myspace entre outras, como vocês avaliam a importância dessas ferramentas?
PNnC - Nos dias atuais é imprescindível o uso dessas ferramentas para a divulgação de qualquer coisa. E nós, que vivemos fora das grandes mídias, nos beneficiamos, e muito, com o que a rede nos abre de possibilidades.
HB - A maioria dos artistas famosos é contra download de suas musicas alegando prejuízos e falta de respeito ao trabalho deles, a banda é um caso raro do contrário, gostam do seu trabalho divulgado também por download mesmo que isso não gere lucro. Qual o intuito em deixar seus discos disponíveis na internet mesmo tendo o CD para venda?
PNnC - Com toda essa facilidade de baixar qualquer coisa, onde alguns materiais são disponibilizados antes mesmo do lançamento oficial, é impossível ter o controle sobre isso. Quem compra CD hoje em dia é pra ajudar o artista ou por gostar de ter o material em mãos. A Internet não substitui o prazer de ter o material físico guardado. Então, nada mais justo que deixar livre pra quem quiser.
HB - O festival Rock in rio, no nome já diz ROCK in rio. Gostaríamos de saber a opinião da banda sobre as presenças de bandas de outros estilos, como Elton John ,Rihanna e Katy Perry, e ficar de fora muitas bandas nacionais, como vocês por exemplo?
PNnC - Um festival desse porte tem custos muito altos. O que acontece é que os produtores estão preocupados no lucro que vão obter e não no movimento cultural em si. Nesse caso, usar o nome de Rock In Rio é puro marketing. Nem vou entrar no mérito da questão de bandas independentes, mas poderia ser bem diferente.
HB - Falando em shows internacionais, se vocês pudessem escolher uma banda internacional pra abrir o show, qual seria? E por quê?
PNnC - Não teria uma banda em especial. Mas com certeza seria alguma que tem algo pra passar e que condiga com o que acreditamos.
HB - Muita sorte e sucesso pra banda. Gostaria de deixar uma mensagem (ou/e) agradecimento para todos os fãs do PNNC que acessam o blog ?
PNnC - Agradeço ao Diego, do Himselfbands, pelo espaço e pelo suporte as bandas da cena. Quero dizer que somos profundamente gratos às pessoas que nos dão apoio, de qualquer forma que podem. Se não fosse essa força, seria muito mais difícil continuar nessa luta que é viver no Underground! Um abraço forte da PNNC!
#UNIÃOUNDERGROUND
Eu,Diego em nome do himselfbands agradeço a Ponto Nulo no Céu pela atenção e respeito .
Desejo a todos da banda muita saúde e sucesso, vocês merecem.
Obrigado.
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